quinta-feira, 21 de maio de 2009

Craig Armstrong - Escape

Aproxima-se uma enorme tempestade,
quem dera eu poder descreve-la como a sinto... tão próxima e tão longe ao mesmo tempo, tão profunda, tenebrosa e sombria, tão minha, tão tua, tão intima.
Tumulto desmedido, no meu corpo se faz sentir,
a minha mente vagueia por entre espaços e lugares antes visitados,
o sangue ardente que me corre dentro destas densas e inúmeras veias pára, queda inerte por breves instantes;
a certeza, absoluta e voluntária adesão do espírito a um facto, tomba a meus pés.
E eis que pouco a pouco se vai acercando, vai tomando conta da vontade,
como um veneno suave com sabor adocicado, como uma brisa de verão que refresca, como o revirar de uma página escrita vezes sem conta, onde encontro as mesmas palavras vezes sem fim.
E ela chega, sacode para ali, para acolá, fazendo rasgos salientes e notáveis feridas,
tentando fazer-me dançar a sua dança, movimentar-me na nossa concupiscência...
Consome-me, consome-te,
faz-me querer e não saber parar a tempo, a tempo de avistar a tormenta, a tempo de me proteger, a tempo de te proteger...
Trespassa-me como um raio,
ouço uma voz familiar sussurrar junto de mim,
não me conforta totalmente.
Sinto cobrirem-me de uma antiga e usada coberta,
mas será a que eu conheço, ou servirá ela outro ser?

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