fragmentos

Israel Kamakawiwo'Ole - Somewhere over the rainbow

Cimento, muito ferro de aparência pouco cuidada e abandonada mas que serve de palco a muitas sombras que por lá deambulam.
Eu sou uma delas, aqui sentada no ferro que foi moldado para ser um banco.
Avisto o S5 rumo a Schwabstrasse, é nele que entrarei.

Sento-me junto a uma leitora que me faz parecer alguém que goste muito de leitura e cuja aparência, se não ilusória, me diria que será alguém culto, ou alguém que o pretende ser.

Nexter halt, parece-me dizer...Nordbahnof

Aqui, onde o sol se esconde e a água abunda, onde gela em pleno verão...

Acho que não podia aprender a gostar de Stuttgart, é demasiado feio, demasiado frio e aqui não reina a hospitalidade. Não obstante, guardarei na memória recordações de uma fase de transição, os sorrisos, as lágrimas, o companheirismo, as conversas, a mesa redonda, o mp3, o heroes, o uno, os desenhos, as fotografias, a cerveja na cama, o dente partido, a escrita em dia, a saudade, o não pertencer, o pertencer, o ser a mãe responsável ou a voz da razão ou talvez o alicerce, o pequeno milbe, a solidão, o isolamento, o crescimento, o amadurecimento, os passeios, as viagens, o grupo, a mitte, a sedução, os triângulos amorosos, a família mais além, o gelado a mil-fontes, a irmã, os reflexos, a net, o primo, a vulnerabilidade humana, a amizade, a indiferença, um misto de emoções e sentimentos, o auto-conhecimento, o conhecimento do outro, a aceitação, o gerir emoções, o ajudar a gerir emoções, o estar longe e regressar, o saber a pessoa que sou e ser feliz.

Nexter halt, Stadmitte, tenho de ir...
Stuttgart, 11 Setembro 2007